Deu-se na noite passada em entrevista ao programa “É notícia”, transmitido pela Rede TV/Brasil, quando o governador Ricardo Coutinho (PSB) elogiou as medidas de ajuste fiscal da presidente Dilma Rousseff. RC disse necessárias sob ponto de vista do equilíbrio das contas públicas.
Avaliou o governador: “Não tem para onde correr, infelizmente. Eu estou sentindo na pela, como qualquer outro gestor público, o que significa retração da economia. O equilíbrio de contas vai ter que haver e já está ocorrendo…”.
“[…] A grande questão é que se está só olhando para a redução dos gastos que pegam uma fatia da população e é preciso pensar na fatia eu tem o poder aquisitivo maior”, frisou.
Ou seja, é posicionamento como esse que mais deseja a presidência da República, que não tem encontrado nem mesmo dos mais próximos aliados. Como está falando em nome dos governadores do Nordeste, então a postura de Ricardo ganha respaldo do Planalto.
Sobre o superávit primário de 1,1% do PIB, o governador dos paraibanos mostrou preocupação:
“É muito alta. Acho difícil se conseguir, a não ser que você tenha uma ‘quebradeira’, sem querer ser catastrófico. Vai ser ruim pra todo mundo”.
Para Ricardo, há risco de se aprofundar a recessão, exemplificando o problema citando o setor da habitação: “É preciso olha com um cuidado maior a questão dos cortes nesta área”, afirmou.
Fusão – De política, o governador foi instado a falar do casamento do seu PSB com o PPS. “O partido tem olhado isso um pouco mais devagar porque não se faz uma fusão de dois partidos com histórias importante numa única reunião de executiva…”.
“[…] Precisamos ter cuidado porque não é você juntar 10 com 37, dá 47 e está tudo bem. Uma fusão requer o seguinte: qual o pensamento político? Isso o que eu quero saber.”.
Compreende-se a preocupação do governador neste sentido, sobretudo porque há intenção de o casamento para a base de oposição ao governo Dilma, aspecto que Ricardo é totalmente contrário.
Outros assuntos versaram para o realinhamento do grupo aliado do Planalto. “O tema principal é o pacto federativo. O Brasil é uma federação de direito, mas não é de fato. É uma federação de mentira, porque até para um estado como São Paulo – que numa federação deveria ter autonomia garantida – para pegar um financiamento, precisa de autorização da União. Além disso, a receita é ‘hiperconcentrada’ e foi ficando cada vez mais.”