O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – presidente da Câmara Federal – não é nenhum santo, mas o Estado aprontou contra ele nesta sexta (10) mostra a quanto anda a relação política no país. Terceiro personagem da linha sucessória, Cunha acabou impedido de debater a reforma política que vem defendendo na discussão levada para os estados da federação.
Retorna para à Brasília com a pior das impressões, inclusive responsabilizou o governador Ricardo Coutinho por não dar condições de segurança para o debate. Acusou o PT de haver orquestrado os protestos, “com fins eleitoreiros”, declarou. Saiu reclamando até de assessores e companheiro de bancada, a exemplo do deputado Hugo Motta (PMDB), presidente da CPI da Petrobras.
Os protestos foram liderados por integrantes da CUT e o Movimento Lilás e outras entidades. E detonou: “O governador da Paraíba foi omisso em não oferecer as mínimas condições de segurança para que pudéssemos realizar o debate”.
E continuou: “os protestos foram orquestrados pelo PT, com fins políticos. Estamos abertos ao diálogo com a sociedade, e a prova é o projeto da Câmara Itinerante, pelo qual vem percorrendo o País para discutir a reforma política”.
Garantiu ter recebido informações de que os deputados Anísio Maia (PT) e Estela Bezerra (PSB) “orquestraram o protesto, usando o pessoal LGBT, inclusive para dificultar a presença dos policiais (militares) na Assembleia”.
O presidente da Assembleia, Adriano Galdino – antes tinha feito um discurso (leia matéria abaixo) elogiado pelo próprio Cunha – tinha solicitado a presença da PM. No entanto, “forças estranhas” impediram que os policiais tivessem acesso ao local.
Em sua última fala na entrevista ao jornalista, o presidente da Câmara Federal destacou que “temos muito a explicar ao País”, cuja opinião se referiu ao Partido dos Trabalhadores.