Sem que seu nome tenha sido ventilado como um dos envolvidos no escândalo de corrupção da Petrobras, o senador alagoano Renan Calheiros – presidente do Senado – antecipou-se aos fatos e protocolou nesta sexta (6) petição no caso da operação Lava Jato. Chamou para si a responsabilidade sobre sua participação nas investigações, agindo como “réu confesso” no caso do propinoduto do petrolão.
O Blog do Josias revela que ele (Renan) se diz vítima de “inverdades”, destaca que “o procurador-geral Rodrigo Janot ‘atropelou a legislação’ e tenta dissuadir o ministro Teori Zavascki da idéia de abrir inquérito para apurar as suspeitas do seu envolvimento na roubalheira da Petrobras”. Agora, o que parece mais surpreendente surge como um fato absolutamente normal para quem já está enrolada até a medula.
Veja você, que o advogado que assina a defesa de Renan não foi nenhum profissional contratado por ele, mas sim “o advogado-geral do Senado, Alberto Cascais”, conforme conta em seu blog o jornalista Josias de Sousa. Mais um escândalo, porque quem está pagando é o contribuinte e não o senador-presidente da “Casa Alta” do Congresso Nacional.
Parece até que o político não está preocupado com a situação, porque quem está financiando a tentativa de Renan se livrar de uma investigação transformada no maior escândalo de corrupção do país não é o encrencada, mas sim você.
Ainda sobre a estratégia de Renan, o Blog do Josias traz as informações abaixo:
“Calma, não se desespere. É verdade que Renan acomodou apadrinhados na Petrobras. Entre eles o ex-senador Sérgio Machado, que fincou raízes na Transpetro por 12 anos. Mas todo mundo sabe que Renan fez as indicações movido pelo idealismo, impulsionado pela vontade de servir a sociedade, embalado por uma irrefreável entrega altruísta ao bem público.
Imagine se Renan não fosse esse patriota inquestionável. O brasileiro em dia com o fisco correria o risco de ser convertido num tolo de mostruário: o sujeito pagaria os impostos, seria assaltado e ele mesmo pagaria a defesa do salteador. É um alívio saber que Renan não é o Calheiros que o procurador-geral Rodrigo Janot imagina.”