A Paraíba não se deu conta do tamanho da encrenca. Ver chuvisco onde há tempestade, sem calcular o que ainda vem pela frente. Em entrevista a uma emissora de TV da Capital, o governador Ricardo Coutinho põe-se a cantar: “A imprensa é culpada pela onda de violência”. Deu-se nesta quarta (24), véspera de Natal.
Parecia prever que o número de homicídios iria crescer muito na noite da ressurreição de Cristo. Contabiliza-se 15 mortes em menos de 24 horas. O governo insiste em dizer que a situação está “sob controle”. No entanto, não diz quem “controla”. Enxerga como momentâneo algo que duraria uma eternidade. Resta o poder público abrir um diálogo com a bandidagem.
Por isso, desconfia-se que trata os criminosos com cordialidade. Para livrar a própria cara, o governador declara que “a culpa é da imprensa”.
Os paraibanos estão feridos em sua integridade, pressentindo a orfandade, mas já demonstra uma ponta de incredulidade, a dura realidade vivida no dia a dia e todos estão diante de uma dura realidade: estamos beirando o caos.