Certamente, você está surpreso com a proposta jogada ao meio-fio pela presidente Dilma nesta segunda (24), durante a reunião de crise com os governadores e prefeitos das principais cidades do país – Ricardo Coutinho (PSB) e Luciano Cartaxo (PT) estavam lá.
Mais surpreso ainda está à classe política com a proposta de convocação de um plebiscito que tem o caráter único de aprovação de uma Assembleia Constituinte destinada a conceber uma reforma política.
É bom lembrar que a reforma política é uma proposta que vem sendo discutida a mais de 20 anos, mas somente depois das manifestações que enchem as ruas das principais cidades do país é que o tema volta com “salvação pátria”.
A presidenta Dilma age como quem está querendo tirar foco dos protestos do Palácio do Planalto. Uma espécie de transferir o problema para o Congresso Nacional, pois é mais fácil encontrar políticos com maior grau de corrupção.
Ao contrário do pronunciamento da semana passada, a presidente Dilma volta ao cenário da crise com um discurso surpreendente e reunindo governadores e prefeitos, uma estratégia que visa dividir a responsabilidade pelas manifestações.
A Constituinte Exclusiva foi questionada antes de nascer, antes das manifestações de ruas que ocorrem em todo o país de 15 dias para cá. O noticiário nacional informa que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) havia escrito um artigo em 2007 rejeitando a proposta.
Como recordar é viver, o vice-presidente Temer pontuou: “Constituinte significa rompimento da ordem jurídica. Romper a ordem jurídica significa desestabilizar as relações sociais.”
O Congresso não vê como muita simpatia a proposto, pois o que a presidenta Dilma quer fazer é desviar o foto para o parlamento nacional. Nada mais do que isso.
Ou alguém tem alguma dúvida?