O protesto desta quinta (20), em João Pessoa, deve começar por causa do reajuste das passagens de ônibus, mas o que deverá resultar em barulho mesmo será o tratamento dispensado pelo governo do “socialista” Ricardo Coutinho aos servidores públicos do Estado.
Como se sabe, o Palácio da Redenção rejeitou o reajuste de 5,84% proposto pela Assembleia Legislativa, através de uma emenda do deputado Anísio Maia (PT), líder da bancada de oposição, a MP-204. O texto da Medida Provisória do governo pede aprovação de 3% apenas, abaixo de 6% da inflação.
Preocupado, o governador Ricardo repassou a determinação ao alto comando da Polícia Militar, como de resto o sistema de segurança do Estado. Com certeza, receia o alto sentimento de vulnerabilidade do seu governo.
Aliás, um sentimento que poderá ser alvo do imponderável por causa da falta de uma política de valorização dos servidores. Basta lembrar que no começo deste governo, em janeiro de 2011, o governador baixou um decreto instituindo dois expedientes para todo funcionalismo.
A história ensina que não deve-se tratar servidores públicos com mão de ferro. Daí, e o governador sabe disso, a democracia terá que ser respeitada e não tem como evitar a reação contra o seu governo.
A onda de protesto vai expor outras mazelas do governo, a exemplo da corrupção, saúde, educação e segurança pública. Apesar de considerar que “manifestações são direitos básicos da sociedade”, o governador tem consciência de que será alvo do movimento desta quinta.
Tanto é verdade que, com a voz mansa, declarou que “o protesto é democrático, mas espero que seja respeitado”. Disse que o sistema de segurança do Estado já chamou os líderes dos protestos para dialogar.
Quem bom que o governador não riscou a palavra “diálogo” do seu vocabulário.