Os ânimos por aqui estão exaltados, mas a palavra “oportunismo” tem endereço certo e permite uma reflexão, cabendo o interessado em fazê-la observando as eleições para prefeito de João Pessoa de 2004/2008 e Governo do Estado em 2010/2014. É preciso trazer o tema para o presente por causa da expressão “o pulo do gato”, pronunciada pelo governador Ricardo Coutinho (PSB).
Atingiu o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), atualmente no exercício da presidência do Senado da República. RC insinuou que o tucano estaria agindo com oportunismo, simplesmente porque opinou sobre a “saúde” do Governo Michel Temer. Sabia-se que não ficaria barato e Cássio foi ao ponto:
“O maior oportunista da Paraíba todos sabem que é Ricardo Coutinho”.
Se Cássio está com a razão é só lembrar as eleições das quais o socialista obteve sucesso, sempre acompanhado no palanque das principais forças políticas da Paraíba, sem que ao menos reconhecesse a contribuição que recebera. “Ora, quem é Ricardo Coutinho? É o maior oportunista da Paraíba”, reiterou o tucano.
E continuou: “Um oportunista de carteirinha. Ele se aliou com todos no Estado para chegar aos seus objetivos, que o poder a qualquer custo”.
Quanto a isso, não resta nenhuma dúvida. Cássio lembrou a trajetória começando por 2004. “Para se eleger prefeito de João Pessoa, ele (RC) buscou o apoio do PMDB e do senador Maranhão, mas na eleição (2008) descartou o PMDB”.
Já em 2010, conquistou o apoio do próprio Cássio para se eleger governador e se reelegeu, mais uma vez, com a decisiva participação do PMDB em 2014, se valendo do prefeito Luciano Cartaxo e, depois, no segundo turno do PMDB de Maranhão. O problema é que o tempo passa e a memória vai encurtando.
Em suma: nunca o governador poderá bater no peito e afirmar que eu venci as eleições que participei sozinho. Será por isso que não quer concorrer ao Senado?