PF e MPF realizam operação sobre São João de Patos

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (21), uma investigação que é braço da operação “Desumanidade”. Tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa que apura no enriquecimento ilícito do São João de Patos nos anos de 2014, 2015 e 2016, promovido pela Prefeitura de Patos, três anos da gestão da prefeitura Francisca Motta (PMDB). Nestas três etapas da festa a cidade recebeu a visita da filha de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara Federal. Ela desfilou pelos camarotes dos eventos.

As primeiras informações dão conta de ramificação do grupo em outros municípios paraibanos, localizados na região de Patos. Estão cumprindo busca de apreensão e prisões coercitivas, aqueles que a pessoa é levada sob vara para o local-base da investigação. Neste caso, os investigados estão sendo interrogados na sede do Ministério Público Federal na cidade.

Além da PF, a ação tem a participação do Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e Controladoria-Geral da União. Esse grupo fez hora extra na manhã de hoje e realizou coletas de documentos na Prefeitura de Patos e na sede da empresa Área Badalada Eventos e em três residências de investigados, todos localizados no município. A informação é de beneficiamento de apropriação de recursos captados em patrocínio de evento.

De acordo com o que foi investigado até o momento, há fortes indícios que a Prefeitura de Patos contratou a empresa de eventos Área Badalada, de propriedade do filho do secretário de Agricultura do município, por meio de uma licitação direcionada.

Ao que tudo indica, a empresa foi utilizada para angariar recursos de patrocínio para custear o evento São João de Patos e várias outras atrações juninas a cargo do município. As irregularidades, segundo apontam as investigações, objetivaram não só executar o evento com recursos de empresas públicas federais e de particulares, mas também a apropriação dos valores de patrocínio, enriquecendo ilicitamente os investigados envolvidos.

Entre os principais patrocinadores do evento estaria a empresa Friboi, do grupo JBS, que teria desembolsado altos valores para bancar o São João de Patos 2015.

Estão sendo ouvidos Ilanna Araújo Motta (foto), Meryclis D’Medeiros Batista, Wescley Barbosa Lima, Joseilson Felipe da Silva e Wadi de Andrade Barros.

Ilanna de Araújo Motta, conforme áudios de interceptação telefônica, como chefe de gabinete da Prefeitura de Patos, executou e participou das irregularidades no ano de 2015, inclusive quanto ao suposto repasse de recursos provenientes da Friboi à secretária de Finanças, Meryclis D’Medeiros.

Meryclis D’Medeiros, como secretária de Finanças do município e presidente da Comissão de São João de Patos, demonstrou participar diretamente da execução do evento no ano de 2015, conforme se verifica nos áudios interceptados. A secretária de Finanças, inclusive, possuía acesso à conta bancária da empresa Área Badalada, sabendo até os saldos bancários da empresa para o pagamento de itens do evento.

Wescley Barbosa Lima e Wadi de Andrade Barros são sócios da empresa Área Badalada. Wescley é, em tese, responsável pela administração da empresa. Já Wadi era proprietária da empresa Badalo Produções e Eventos (encerrada), firma já conhecida e processada pelo MPF em outro caso de ilicitudes relacionado a recursos públicos. Wadi de Andrade é esposa de Joseilson Felipe da Silva.

Joseilson Felipe da Silva é procurador da empresa Área Badalada e, conforme informações levantadas pelo MPF e informações bancárias da empresa, tudo indica que é proprietário de fato da empresa, executando pagamentos e, inclusive, passando cheques para pagamentos diversos do São João de Patos 2016.

Atualização:

Segundo informações chegadas a nossa redação, Ilanna de Araújo Motta, não foi encontrada, e portanto não foi levada para ser ouvida.  

Blog/Patosonline