Nestor Cerveró é chamado de ‘ladrão’, ‘corrupto’ e ‘pilantra’

Nestor Cerveró, o ex-diretor da Petrobras, não teve um vôo muito tranquilo no retorno a sua casa no Rio de Janeiro, depois de um ano e meio preso por causa da operação Lava Jato num presídio de Curitiba. Ele deixou a carceragem da Polícia Federal por voltar das 8h40 desta sexta-feira (24), mas não fez uma viagem muito boa. É que dentro da aeronave foi vaiado e, ainda, chamado de “ladrão”, “corrupto” e “pilantra”. Um constrangimento e tanto para quem antes de ser preso vivia numa mordomia invejável.

Com um acessório a mais no corpo, Cerveró levou para casa uma tornozeleira eletrônica, uma das exigências do acordo de deleção premiada para ser liberado. A partir de agora, terá de cumprir regras, como sair de casa somente em casos de emergência médicas e audiências na Justiça e não deixar o país. Ou seja, viverá limitadamente, mas melhor do que estar atrás das grades.

Durante o período em que esteve preso, chegou a ser atendido pela emergência por causa de uma crise de ansiedade e até recebeu tratamento psiquiátrico. Para obter o benefício, ele teve que abrir mão de todos os seus imóveis, incluindo um apartamento em Ipanema. Devolveu, ainda, R$ 825 mil, um milhão de libras e 495 mil dólares que estavam em offshores, além de 10 mil ações da Petrobras. Só lhe restou a casa de Petrópolis e uma chácara na região.

O delator vai ficar em prisão domiciliar e, depois, mais dois anos em regime semiaberto diferenciado, um ano com tornozeleira e outro sem.