Velho Sarney preocupado com a deleção do ex-colega

O ex-presidente José Sarney (PMDB), da República e então senador, está de volta ao noticiário. Depois de Romero Jucá, exonerado do Ministério do Planejamento 12 dias após a posse, chegou a vez do velho Sarney. Ele aparece em conversa gravada prometendo ajuda ao encrencado Sérgio Machado para que o caso dele não fosse para as mãos do juiz federal Sérgio Moro, coordenador da Operação Lava Jato.

A gravação deixa entender a preocupação de Sarney com a possível delação premiada de Machado. Nos dos trechos, o teor da conversa é a seguinte: “Temos é que fazer o nosso negócio e ver como é que o teu advogado, até onde estão falando com ele em delação premiada”, disse.

Conforme noticiado pelo Diário do Poder, o áudio mostra que “haveria interesse em uma delação, mas Sarney e Machado não queriam envolver os advogados”, conta o portal. Em seguida, JS diz: “Temos é que conseguir isso. Sem meter advogado no meio”. Machado, de pronto, apoiou: “Advogado é perigoso”.

A matéria segue falando dos diálogos: “Quando Machado disse a Sarney que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), estaria aguardando a decisão dele para marcar um encontro e que o senador Romero Jucá também estaria de prontidão, Sarney descartou Jucá, lembrando frase do finado ex-ministro Amaral Peixoto de que “duas pessoas já é reunião, três é comício”.

Sarney distribuiu uma nota em que afirma “não ter tido tempo nem o inteiro teor dos áudios, mas confirma conhecer o ex-senador Sérgio Machado há muito tempo”. O ex-presidente ressalta que “fomos colegas no Senado Federal e tivemos uma boa relação de amizade, que continuou depois que deixai o parlamento”.

A noticia publicada no DP arremata com a nota de Sarney: “As conversas que tive com ele nos últimos tempos foram sempre marcadas, de minha parte, pelo sentimento de solidariedade, característica de minha personalidade. Nesse sentido, expressei sempre minha solidariedade na esperança de superar as acusações que enfrentava. Lamento que conversas privadas tornem-se públicas, pois podem ferir outras pessoas que nunca desejaríamos alcançar”.