Sob vara, o ex-ministro Guido Mantega foi levado para depor na Polícia Federal no âmbito da Operação Zelotes, que deflagrou na manhã desta segunda-feira (9) mais uma fase das investigações. Não há pedido de prisão provisória, mas apenas coercitiva em Brasília, São Paulo e Pernambuco.
Deflagrada em março de 2015, apura-se o pagamento de propina a conselheiros do Carf. Tinha o objetivo de multas aplicadas pelo órgão a empresas fossem reduzidas ou anuladas, prática que teria sido colocada em ação pelos supostos envolvidos para beneficiar bancos, montadoras e empreiteiras.
A operação de hoje tem como alvo o Grupo Comercial de Cimento Penha, cujo proprietário Victor Garcia Sandri já está condenado a dois anos de prestação de serviços. Ele é amigo de Mantega, ex-ministro da Fazendo do governo do ex-presidente Lula.
Nesta mesma Operação Zelotes descobriu-se indícios de venda de medidas provisórias. Tinha objetivo de prorrogar incentivos fiscais a empresas do setor automotivo. Uma das empresas que atuava na Carf teria recebido R$ 57 milhões de uma montadora entre 2009 e 2015 para aprovar emenda à MP 471 de 2009. Rendeu a essa montadora benefícios fiscais de R$ 879,5 milhões.
Junto a Carf, essa mesma montadora deixou de pagar R$ 266 milhões.