VITAL DIZ ‘NÃO’ AO CONVITE PARA assumir o Ministério do Turismo

O ex-governador José Maranhão, também presidente estadual do PMDB, já tinha alertado o senador Vital do Rêgo que o Ministério do Turismo não tinha nenhuma importância. E não tem mesmo. Tanto é verdade que Vitalzinho recusou o convite do Planalto para ocupar o posto na reforma ministerial.

Deve-se a informação da recusa de Vital ao blogueiro Josias de Souza, de UOL. Leia abaixo:

O vice-presidente Michel Temer telefonou para o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) nesta sexta-feira (7). Disse-lhe que Dilma Rousseff deseja acomodá-lo na poltrona de ministro do Turismo, em substituição ao deputado federal Gastão Vieira (PMDB-MA). Para desassossego de Temer, o senador recusou a oferta.

Vital apresentou duas razões. Primeiro, acha que se trata de uma pasta de pouca relevância (ele se refere ao Turismo com um vocábulo de calão rasteiro). Em segundo lugar, o senador declarou que não cogita passar por “traidor” da bancada do PMDB na Câmara, que lhe foi “muito leal”.

O Turismo já está na cota de cinco ministérios que Dilma destinou ao PMDB. Na divisão interna do partido, a pasta compõe a subcota do PMDB da Câmara. Em setembro do ano passado, Vital recebera o aval de senadores e deputados da legenda para ocupar o endinheirado ministério da Integração Nacional.

Depois de dar de ombros para Vital, ignorando a preferência dos aliados, Dilma convidou para a Integração outro senador do PMDB: o líder Eunício Oliveira (CE). Fez isso a pedido do governador cearense Cid Gomes (Pros), que deseja arrancar pela raiz a nascente candidatura de Eunício ao governo do Ceará.

Eunício recusou o assédio de Dilma uma, duas, três, quatro, cinco vezes. Súbito, a presidente decidiu nomear Vital. Não para a Integração, que voltou para os domínios de Cid Gomes. Ela o quer no Turismo, a pasta que, além de ser considerada mixuruca, já pertence ao PMDB da Câmara.

Vitalzinho, como o senador é chamado pelos correligionários, avalia que, aceitando o posto, pode ser visto como tolo, traidor e, de quebra, também fisiológico. Sobretudo depois que Eunício disse “não” à Integração Nacional cinco vezes.

Tudo isso acontece a 48 horas da reunião que Dilma marcou para este domingo (9) com o generalato do PMDB: Temer e os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do Senado, Renan Calheiros.

Nesse encontro, a presidente pretendia: 1) fechar a conta do PMDB na reforma ministerial; 2) escantear o desafeto Eduardo Cunha, que lidera uma indomável bancada de deputados peemedebistas; e 3) apagar o incêndio que levou seu principal aliado a comandar a constituição de um megabloco de oito legendas hostis ao Planalto na Câmara, sete delas governistas -mas com a lealdade ao governo já bem cansada.

Quando conversou com Vital, Temer estava nos Estados Unidos. Desembarca em São Paulo neste sábado (8), em tempo retomar as articulações e voar para o encontro com Dilma, no domingo. A turma do ‘deixa disso’ ainda insiste para que Vital engula ao Turismo. Mas, tomado pelo que disse nesta sexta (8), o senador parece considerar o ministério duro de roer. Ficou entendido que a pretendida pacificação do PMDB talvez não seja empreitada para um final de semana.

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