Governo mostra fraqueza e antecipa algo que ainda não aconteceu

O Palácio da Redenção já começou a convocar os deputados para colocá-los debaixo do braço, uma espécie de “confinamento branco”, e evitar mais uma surpresa, desta vez com a reprovação das contas do governo referente ao exercício de 2011, primeiro ano da gestão do “socialista Ricardo Coutinho. Ele receia tornar-se ficha suja e ficar impedido de disputar a reeleição em 2014.

Não é impossível de isso acontecer. Como se sabe, o TCE teve a complacência de aprovar as contas do governo, mesmo reconhecendo um elenco de irregularidades. Ou seja, jogou para a Assembleia a “batata quente” que esquentava nas mãos dos conselheiros do órgão de fiscalização do Estado.

                                            fraqueza

Sem que a Mesa Diretora do legislativo tenha se pronunciado sobre a apreciação das contas, que pode não acontecer neste final do período legislativo, os governistas jogam no meio-fio o assunto com o receio que o pior possa acontecer. Sabem o que de errado tem dentro do processo, mas o Tribunal de Contas – sempre ele – fez questão de julgar e aprovar, mesmo reconhecendo os malfeitos.

Reitera-se, sem que a Assembleia tenha se pronunciado, veio o governador Ricardo Coutinho com acusações contra a oposição de tentar ganhar no “tapetão” por causa de uma suposta manobra para rejeitar a prestação de contas do seu governo. Irônico, RC usou a frase “os cães ladram e a caravana passa”. Um tom ameaçador aos oposicionistas.

Entre as irregularidades consta a má aplicação de recursos do Funeb pelo governo do Estado. De acordo com o próprio TCE, para o exercício de 2012 restou um saldo acumulado de R$ 83,8 milhões, representando 10,93% das receitas recebidas, segundo questionamento feito pelo deputado Bado Venâncio (PEN) da tribuna da Assembleia.

“Enquanto o governo represa recursos do Fundeb, os professores ganham mal e o governador nada faz (…). Esse recurso daria para que o governo pagasse melhor aos profissionais do magistério, garantindo o piso nacional, coisa que não vem ocorrendo no governo da Paraíba”, disse o deputado Bado.

O problema é que o TCE fez vistas grossas. Como a Assembleia está mais vulnerável a atenção da população caberá ao parlamento o julgamento final daquilo que em outro lugar do mundo se transformaria num grande escândalo.

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