Difícil saber quem é inimigo de quem na política. Nesse universo, briga-se e fazem-se as pazes com naturalidade desconcertante. Em entrevista ao programa Rede Verdade (TV Arapuan), o deputado estadual Carlos Dunga (PTB) defendeu a união do senador Cícero Lucena (PSDB) e o governador Ricardo Coutinho (PSB), inimigos históricos.
Na ocasião, Dunga disse que acredita na presença deles dividindo a chapa majoritária à reeleição do governador Ricardo, tendo Cícero também como candidato re-eleitoral para o Senado. “A se confirmar eu permaneço na suplência”, proclamou o parlamentar.
Aliado do governo “socialista”, como se sabe, Dunga foi o político do grupo liderado pelo senador Cássio Cunha Lima que se sacrificou. Perdeu a oportunidade de ser governador do Estado, quando teve o nome cotado para ser vice do saudoso ex-governador Antônio Mariz.
“Não quero mais ser o político a ser sacrificado do grupo, pois minha cota de colaboração eu já dei (…). Então, meu desejo é permanecer na primeira suplência de Cícero e ele, obviamente, candidato a reeleição na chapa majoritária em que o PSDB vai figurar”.
Dunga faz essa avaliação dando como certa a reedição da aliança de 2010. “Eu torço para que possamos permanecer juntos novamente na campanha do próximo ano…”.
“… Os partidos que estão na aliança desde o início tem direito às vagas da chapa, tendo Ricardo como candidato a governador e Cícero, que vai terminar o mandato de senador; de ser o candidato a reeleição…”.
“… Eu adotaria continuar como primeiro suplente de Cícero”.
Para afastar a dificuldade de união entre Ricardo e Cícero, o deputado Carlos Dunga citou o exemplo de Ronaldo Cunha Lima e Wilson Braga. “Eles eram maiores adversários, mas depois caminharam juntos”.
Dunga destacou, ainda, que existem outros exemplos. “Você ver hoje PP e PT afinados, que antes não acontecia”.
Até pode acontecer da união Ricardo e Cícero, mas dificuldade maior é o governador re-eleitoral dá a maior força para que o atual vice Rômulo Gouveia (PSD) seja o candidato ao Senado da chapa.