Eis que a Operação Calvário voltou ao noticiário, graças a atitude corajosa da juíza Ana Christina Penazzi. E só poderia vir mesmo de uma mulher. Ela estranha a quantidade de “suspeição” de colegas em ações penais relacionadas ao maior escândalo de corrupção da história do estado da Paraíba.
Juíza da 3ª Vara Criminal de João Pessoa, ela destaca as “consecutivas suspeições, também de foro íntimo, dos magistrados que figuram na tabela de substituição automática“. E reclama da quantidade de processos da Calvário redistribuído ao seu gabinete.
Lembra que o Judiciário “chegou a ensaiar a criação de uma vara especializada para julgar organizações criminosas, mas a pauta não obteve êxito até agora“, disse ela em tom de cobrança a atual mesa diretoria do Judiciário da Paraíba.
Como são processos de alta complexidade, a 3ª Vara Criminal da Capital, “na prática, está se tornando uma vara privativa do crime organizado, sem que haja competência legal para tanto ou mesmo uma estrutura necessária que garanta a eficiência na prestação jurisdicional“, alertou.
A Operação Calvário, como se sabe, investigou o desvio de R$ 134 milhões pelo governo Ricardo Coutinho, conforme apurou o MPPB-Gaeco, Polícia Federal, Ministério Público Federal e Controladoria Geral da União. Diz-se que esse prejuízo aos cofres públicos chega perto de R$ 1 bilhão.
