Quando das eleições municipais, o deputado federal Ruy Carneiro (PSDB), então candidato a prefeito de João Pessoa, falou do seu constrangimento em dividir o mesmo espaço de um debate (Soma) com o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB).
Ruy tinha razão. A Paraíba inteira, e o país, sabe que Coutinho “contamina” o ambiente por causa das acusações que carrega sob os ombros, considerado pelo Ministério Público de “comandante máximo” de uma organização criminosa suspeita de desviar mais de R$ 134 milhões da saúde.
Mas a reação de indignação do tucano não tem nada a ver com a investigação da Operação Calvário, que prendeu Coutinho e o grupo que comandou. Desta vez, é o pedido do ex-governador do PSB de retornar o pagamento da pensão especial no valor de R$ 23,5 mil mensais, ou R$ 282 mil por ano.
Para o parlamentar, uma excrecência: “Sempre fui contra privilégios de qualquer natureza. Considero absurdo que Ricardo Coutinho, com acusações e milhares de horas de gravações que apontam o desvio de mais de R$ 134 milhões da saúde, um dos maiores escândalos de corrupção do Estado, agora venha requerer retorno de pagamento de pensão especial como ex-governador…”
“… Os paraibanos não aguentam mais essa política de privilégios, é uma imoralidade com o dinheiro público”, ressaltou.