Pressionado a renunciar, o hoje ex-arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto, não teve outra alternativa a não ser pedir para sair. Ele vinha resistindo, se defendendo de acusações de envolvimento com padres em escândalo de pedofilia, atitude que a igreja católica abomina. A carta-renúncia foi entregue ao Papa Francisco, que aceitou de pronto a decisão e automaticamente já nomeou um substituto: Dom Genival Saraiva de França.
Pegou muito católicos paraibanos de surpresa, mas era algo que já estava sendo esperado. O caso da Paraíba logo ganhou grande repercussão, conforme notícia veiculada nos principais jornais do país, que destacou que a renúncia ocorreu “após uma investigação conduzida pela Santa Sé sobre um escândalo de pedofilia”.
Ressalta que “o comunicado é direto”, onde diz que “o Papa aceitou a renúncia”. A imprensa italiana deu amplo destaque a notícia, quando expõe: “Dom Aldo, religioso ítalo-brasileiro de 66 anos, é suspeito de ter recebido em sua diocese padres e seminaristas acusados de abusar sexualmente de menores e expulsos por outros bispos”.
Dom Aldo admite ter acolhido padres e seminaristas, segundo a carta-renúncia, “no intuito de lhes oferecer novas chances na vida. Entre outros, alguns egressos, posteriormente suspeitos de cometer graves defecções, contrárias à idoneidade exigida no sagrado mistério”. Complementa, o parágrafo reconhecendo que “cometi erros por confiar demais, numa ingênua misericórdia”.
Outros casos pesaram no acolhimento da renúncia, a exemplo do envolvimento de Dom Aldo diretamente nas questões políticas, como a defesa pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff, posição que o ex-arcebispo paraibano acredita ter desagrado alguns grupos, incluindo um que se denomina “padres anônimos”, que passou a fazer acusações contra Dom Aldo em matérias publicadas por jornais locais.
Citou na carta-renúncia uma notícia veiculada por um blog – não revelou da autoria de qual jornalista – “que divulgou informação difamatória, envolvendo o arcebispo e vários sacerdotes, arbitrariamente expostos ao escárnio público”, contou.
Já ciente da substituição, Dom Aldo conclui a carta transmitindo o cargo: “Passo, em obediência, o comando da Arquidiocese para um irmão mais jovem, com forças, coragem e capacidade para tomar rumos acertados, mostrados pelo Pai de amor e misericórdia, o Senhor da vida! Sigo o exemplo de SS. o Papa Bento XVI, dando o espaço àquele que Deus enviar para o bem de sua Igreja”.