Tucanos ameaçam levar impeachment a plenário

Os tucanos não querem perder tempo com o tema impeachment da presidente Dilma Rousseff. A matéria-prima para o ato deverá desembarcar no plenário da Câmara Federal, através da iniciada dos lideres do PSDB no Congresso Nacional. A única preocupação é com Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem a prerrogativa de engavetar o documento.

O plenário é soberano, a quem caberá decidir sobre o destino do pedido dos tucanos. Por isso, os lideres se movimento em defesa de duas teses: 1) exigirão que a decisão seja compartilhada com a Mesa Diretora da Câmara; 2) levar o debate para os deputados e, conseqüentemente, a votação dos 513 parlamentares.

Há até um precedente descoberto através de uma consulta popular encomendada pelo líder da oposição na Câmara, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE). A tese é que nos dois pedidos de impeachment contra o ex-presidente FHC ambos foram indeferidos pelo ex-presidente da CF, Michel Temer. “Houve recursos e o Temer submeteu um desses recursos ao plenário. A votação manteve o arquivamento”, disse o parlamentar pernambucano.

A julgar pelas declarações de Eduardo Cunha, que não vê motivação para a abertura do processo, a iniciativa dos tucanos podem não prosperar. O que diz o senador Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado: “Essa não é uma decisão monocrática do presidente da Câmara…”.

“[…] A Mesa Diretora tem que ser ouvida. E o plenário, que é soberano, terá de ser pronunciar”, disse Cássio, um dos maiores defensores do impeachment da presidente da República. Até prevê o mês de maio para o encaminhamento do documento formalizando o pedido. (JS)