Dois auxiliares do Palácio da Redenção conversavam sobre o “papelão” da sessão da Assembleia que aprovou o voto de “repúdio”, por unanimidade, contra o governador Ricardo Coutinho (PSB) por causa da “surra de vara” que prometerá dar nos adversários.
Chegaram a defender que aliados fossem punidos com rigor. “É preciso punir, se possível com cortes da contribuição natalina”. O recado deixou parlamentares em polvorosa. O diálogo foi interessante além da conta. Algo mais ou menos assim:
– É inadmissível. O governador (RC) não merecia.
– Inaceitável mesmo.
– Não concordo. Sacanagem!
– Onde é que estamos errando?
– Isso desmoraliza o governo.
– Concordo.
– Entendo que tem que haver punição.
– De jeito nenhum. Pode piorar.
– Piorar por quê?
– Existe uma encrenca no caminho.
– As contas.
– Que contas?
– De 2011. Os deputados podem rejeitar.
– Ficha suja!
– Exato. É preciso muita calma.
– Então, vamos deixar pra punir em 2015.
– Sim, quando o governador for reeleito.
– Agora, não tem que ter piedade!
– Sem dúvida.
– Então, só matando!
– Não é por aí não!
– No bom sentido.
– Ah, sim!
– Mas é bom ficar de olhos abertos.
– Em quem?
– Cássio, claro.
– Verdade. Na Assembleia, ele manda.
– Sim, claro, totalmente.
Um pernilongo testemunhou o diálogo e ficou com a impressão de que, para o Palácio da Redenção, os deputados aliados comecem a contar os dias depois que ajudaram a aprovar o voto de “repúdio” ao governador.