Até pela prática autoritária e centralizadora do governador Ricardo Coutinho (PSB), conhecida por rejeitar o diálogo com os diversos segmentos da sociedade paraibana, em especial, os servidores públicos; não é possível mais, neste momento em que as manifestações de ruas cobram transparência dos gestores públicos; estabelecer uma conversa com o Palácio da Redenção.
A prática do paz e amor adotado pelo “socialista” depois da implosão das manifestações que enchem as ruas das principais cidades do país, inclusive na Paraíba; chega tarde demais para tentar esse diálogo, quando a sociedade não encontra no seu governante a pessoa ideal no sentido de estabelecer um diálogo confiável.
O paz e amor do governador não dura mais de cinco minutos, porque logo vem uma declaração de quem não deseja perder o autoritarismo. Se algo tão importante quanto o pedido de audiência encaminhado pelo prefeito Luciano Cartaxo, inclusive com protocolo; pior ainda. Sabe por quê? Por causa das eleições municipais do ano passado, quando o petista impôs uma derrota acachapante a candidatura do Palácio.
Quer dizer que nem a jóia da coroa (João Pessoa) está salva da impressão de bagunça – política e administrativamente falando – que assola o governo do “socialista” Ricardo Coutinho. Você olha para qualquer ângulo e a história é uma peneira.
Nas declarações do governador ao repórter Fernando Braz o anuncio do “vai”. Ou seja, a ladainha de sempre. “Vamos construir o trevo de Mangabeira”. Até agora nada! “ Estamos licitando o viaduto do Geisel…”. O “vai, vai” de sempre. Essas obras nunca se concretizam.
Mas o governador joga para a população como se a obra já fosse inaugurada amanhã. É bom o prefeito Luciano Cartaxo se prevenir para evitar o constrangimento a que foi submetido Veneziano Vital (PMDB), quando era prefeito de Campina Grande.
Da boca do governador ouviu-se que o prefeito não precisava protocolar o pedido de audiência. “Bastava só um telefonema”. Você acredita nisto? Pois bem, o ofício já foi dado entrada no livro de protocolo do Palácio, restando apenas marcar o dia do encontro.
Na verdade, a audiência deveria ser proposta pelo próprio governador. Afinal de contas, ninguém melhor do que ele, que já foi prefeito, sabe das necessidades dessa cidade e como o governo poderia ajudar a prefeitura na solução de algumas das questões.
Mas nada melhor do que as manifestações para fazer o governador mudar. Prova que ele entendeu o recado das ruas e hoje já propõe um amplo diálogo e abre as portas do Palácio para receber o prefeito da capital.
Nada melhor do que protestar, protestar, protestar…