Cássio diz que ninguém suporta mais estado “perdulário, incompetente…”

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“Parte da crise que estamos vivendo tem uma origem nítida no modus operandi, na forma como o PT vem praticando a política no nosso País” – assegurou o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), nesta terça-feira (25/06), em aparte a pronunciamento do também senador tucano Aécio Neves (MG).

Segundo Cássio, “a população já não suporta mais esse Estado perdulário, inchado, incapaz, incompetente, que não consegue responder às demandas do dia a dia, do cotidiano das pessoas em educação, segurança, transporte, saúde e tudo porque, essencialmente, deixou de ter um projeto de país para construir um projeto de poder”.

 DEMAGOGIA – O senador disse que há “um distanciamento e um deslocamento da verdade” por parte do governo federal. Ele acusou Dilma de reagir (aos protestos que se espalham pelo Brasil) de forma demagógica. E explicou:

— A presidente reuniu governadores e prefeitos para fazer a fotografia, mas não trouxe absolutamente nada de novo. Vejam só: a primeira proposta de pacto é pacto por ajuste fiscal. Ora, nós já temos uma Lei de Responsabilidade Fiscal, que é uma das maiores conquistas do Brasil moderno. Ainda assim o governo federal fez, ano passado, uma maquiagem de US$20 bilhões para atingir a meta do superávit primário. O governo não consegue fazer sequer o superávit primário, porque gasta num Estado inchado, aparelhado, e gasta de forma ruim, e agora vem propor pacto fiscal com prefeitos e governadores? – perguntou, indignado.

 Cássio disse que, em relação à saúde e à educação, o governo federal concentra as receitas sob seu controle e, por outro lado, investe cada vez menos nas áreas essenciais. E apresentou números. Conforme o senador, 83% dos recursos investidos na segurança pública no Brasil têm, como origem, estados e municípios. Na saúde, conforme disse, a situação não é diferente: 57% dos recursos são oriundos de estados e municípios.

O senador paraibano lembrou que, ainda em 2012, quando o Congresso tentou aprovar, na Emenda 29, a vinculação das receitas da União para a saúde, a base do Governo derrotou a proposta. O resultado é que, hoje, estados são obrigados a investir 12%, municípios são obrigados a investir 15%, a União não se obriga a fazer vinculação orçamentária dos 10%.

PAÍS CANSOU – Para Cássio, o resultado de tudo isso está nas ruas. “Existe sim uma pauta clara, existe uma pauta reivindicatória de um país que cansou. Cansou de uma política que precisa ser modificada, e não será com artifícios, como a proposta trazida num dia e retirada no outro dia pela presidente da República, que nós vamos fazer as mudanças de que o Brasil precisa, porque são mudanças estruturais” – alfinetou.

Cássio voltou a afirmar que “o modelo está errado, o modelo não funciona e não vai funcionar nunca enquanto a política não for exercida com debate e com discussão”. Ele disse que a solução para a crise está escrita no artigo 89 da Constituição, que prevê a criação do Conselho da República. E finalizou: “O constituinte de 1988 (e Cássio foi um deles) fez a previsão para momentos como este, mas, para não demonstrar fraqueza política, a presidente foge da Constituição e da convocação do Conselho da República. Prefere fazer foto com governadores e prefeitos, como se essa fotografia pudesse resolver o problema do país”.

 

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