Em alguns países o Ano Novo chegou primeiro. Mas aqui estamos próximos da virada. O instante em que são erguidos os copos, em que os corpos se encontram num abraço, também em que um lábio é premido contra o outro.
O momento mágico que separa um ano do outro. A expectativa é a mesma de sempre, pois continuaremos carregando as nossas aflições pessoais. Agora mesmo, neste exato momento que você separa uma roupa elegante para festejar o recomeço da vida, alguém pode estar sofrendo porque não tem um copo d’água para beber.
Claro, estamos nos referindo as famílias que sofrem com a longa estiagem, esperando que a transposição das águas do São Francisco seja concluída para que possa ser utilizada. Uma utopia de longas décadas, lamentavelmente.
As neuroses serão as mesmas do passado. Elas não mudam. Só de endereço. A despeito da virada do relógio não desaparecerão as barrigas espetadas à cata da dieta ideal, que perseguimos todos os dias do ano.
Na esfera publica, os dramas serão os mesmo. Só que com alguns gestores municipais diferentes do ano que passou.
Vamos todos em frente. Afinal de contas, é noite de soltar fogos. Então, jogue a timidez pra longe e solte seus fogos.